Portalegre: Grupo de cidadãos lança abaixo assinado exortando o Estado a assegurar o funcionamento das duas casas de acolhimento de jovens
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- Publicado em 24-06-2022

O encerramento das duas casas de acolhimento de jovens, em Portalegre, anunciado pela Misericórdia local, levou um grupo de cidadãos a lançar um abaixo-assinado onde exorta o Estado a assegurar a manutenção daquelas respostas sociais.
Gonçalo Pacheco, antigo diretor de uma das casas de acolhimento, o internato masculino de Santo António, e primeiro subscritor do abaixo-assinado, começou por dizer que “sempre que um jovem é retirado à família pelo Estado, o Estado passa a ter as mesmas obrigações que os pais têm para com os filhos”.
Nesse sentido, Gonçalo Pacheco defende que “o Estado não se pode demitir das suas responsabilidades, nem descurar o cuidar dos jovens que tem a seu cargo”.
Apesar de considerar que estas respostas sociais “são imprescindíveis”, Gonçalo Pacheco alertou que o funcionamento deste tipo de casas de acolhimento não pode ser assegurado por “uma qualquer IPSS”.
Uma das casas de acolhimento de jovens, o Internato de Santo António, encerrou no dia 1 de junho e a outra, o Internato de Nossa Senhora da Conceição, encerra a 1 de setembro, na sequência da Misericórdia ter denunciado os acordos que tinha com a Segurança Social.
A Misericórdia era a entidade que estava a gerir, desde 2014, as duas casas de acolhimento de jovens em Portalegre, mas denunciou os acordos que tinha com a Segurança Social, por entender que “este modelo de casas está esgotado” e por não dispor de técnicos habilitados para assegurar o seu funcionamento.
No início deste ano, estavam em regime de acolhimento no Internato de Santo António, 12 rapazes, dois foram entregues às famílias de origem e os restantes encaminhados para outras instituições, fora do distrito de Portalegre. No caso do Internato de Nossa Senhora da Conceição acolhe atualmente sete raparigas e dois rapazes.
O abaixo-assinado, lançado quinta feira, exigindo a manutenção das duas casas de acolhimento, vai ser colocado, em breve, a circular em alguns locais públicos da cidade de Portalegre.
O documento será depois enviado, no final de julho, à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, ao presidente da União das Misericórdias Portuguesas, á presidente da Câmara de Portalegre e ao Bispo de Portalegre e Castelo Branco.